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quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Novos Rumos

Os últimos meses foram de muito silêncio e espera. Ao retornar de uma experiência que, sem dúvidas, mudou minha vida, visão e relacionamento com Deus, escolhi aquietar o coração e ouví-Lo atentamente quanto ao próximo passo.
Hoje, em consideração a todo o tempo em que caminhamos juntos (alguns me acompanham há 5 anos), gostaria de dividir com vocês este novo momento da minha vida.
Após quase quatro anos servindo a Deus através da Missão Betânia (tempo que deixará muitas lembranças e saudade), estou saindo da missão. Morarei no Rio de Janeiro, onde estarei trabalhando, servindo a comunidade Vineyard, cursando uma faculdade teológica e preparando-me para o casamento- que acontecerá em breve.
Entendo este novo tempo como sendo de preparo para alcançarmos os sonhos futuros que Deus tem compartilhado conosco. Mas, é claro que este tempo também compreende muitos desafios e oportunidades de exercermos àquilo para o qual o Senhor tem nos comissionado.

Oremos por isso!

Espero mantermos contato!
Com amor e profunda gratidão,

Sabrina Dummer

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Entre os espinhos

A demora pra voltar a escrever foi semi-proposital. Na verdade, eu queria desistir do blog, mas assim como Clarisse Linspector, eu escrevo como se fosse para salvar a vida de alguém, provavelmente a minha própria vida”. E essa é mais uma operação “salva-(minha)vidas”.
Em uma fase de tantas decisões, tenho orado incansavelmente por uma orientação. Confesso que, ao esperar por alguma resposta, fiquei extremamente aflita, não ouvindo aquilo que o Pai me dizia. O suposto silêncio estava me deixando ainda mais preocupada, até que, meditando na parábola do semeador, me dei conta de que um dos “solos inférteis”- mais precisamente os espinhos- representa exatamente as preocupações.
“Quanto ao que foi semeado entre os espinhos, este é aquele que ouve a palavra, mas a preocupação desta vida e o engano das riquezas a sufocam, tornando-a infrutífera.” Mt 13.22
A partir deste momento, o silêncio foi quebrado e eu pude ouvir a voz do Senhor: “Minha filha, eu tenho te ouvido, respondido e orientado. Porém, suas preocupações têm abafado a minha voz, impedindo que a Minha Palavra gere vida em você”.
Não tive outra reação a não ser me lançar aos pés de Jesus, quebrantar e orar para que cada um dos espinhos (que eu mesma cultivei) possam ser arrancados. Que o meu coração seja um terreno fértil. Que eu veja os lírios, os pássaros...que eu ouça a voz do Pai!

sábado, 14 de maio de 2011

De mãos dadas



Os últimos dias estão entre os mais difíceis em que já atravessei na minha- ainda que pequena- caminhada. Não tem nada a ver com as comuns dificuldades transculturais, divergências entre equipe, necessidade de outro idioma, doenças, enfim... a dor agora se encontra na alma.
Arrumar as malas, me despedir de um povo que tão rapidamente eu amei com tanta intensidade, deixar para trás os sonhos construídos através de pequenas experiências ou de desejos baseados em grandes necessidades, foram coisas realmente difíceis de serem feitas. Agrava-se ainda, por não ter claro o motivo de tudo isso. Apenas a obediência, mesmo sem entender.
O coração sente-se apertado, talvez por desejar ardentemente expandir-se e ir em frente, mas deparar-se com barreiras em seu caminho. Talvez por sentir-se fracassado. Ou, quem sabe, seja mais uma vez a saudade. Saudade do que viveu, saudade dos sonhos que gostaria de ter vivido.
O bom desses momentos de “crise” é que nos fazem pensar e/ou repensar muita coisa. E foi o que eu acabei fazendo! Meditei- durante o vôo de retorno- em tudo aquilo em que fui, não fui, fiz e deixei de fazer. Desde o meu tempo de preparação no Brasil, e todo o período em que estive no Senegal. Entendi que quando unidos a Ele, não existem feitos sem importância, o tempo nunca é “perdido” e as mudanças não são sinal de fraqueza. Não existem ações vãs, orações não ouvidas ou falta de amor. O eterno vê e age com perspectivas eternas, é isso.
Em meio às lembranças, lágrimas e risos, uma sincera oração: “Obrigada, Pai, pela Sua presença constante. Por caminhares comigo e, enquanto isso, me fazeres crescer. E esse é o meu maior desejo: não soltar a Sua mão. Ir e voltar de onde e para onde o Senhor me conduzir. Como criança, como filha.”

quarta-feira, 27 de abril de 2011

"Muambinhas"

Gente...
Eu não deixar o Senegal sem levar comigo um pouco das cores e da arte, não é?!
Tem muita coisa linda!!!
Vou levar comigo algumas "muambas", mas como não tenho muita verba pra investir nisto...peço que encomendem o que desejarem! Se joooooooguem!

Lenços pashimina de váááárias cores! Lindos!!! (o mais difícil é que eu fico querendo todos pra mim!)

 Os animais de madeira são incríveis!!! E tem de todos os tipos, tamanhos e cores de madeira!






 O pensador! (acima) Amooo!!!

Esses macaquinhos são meus favoritos! São chamados de "as três sabedorias": não ouço, não vejo e não falo! kkkk Dizem que são ótimos para os vizinhos! kkkk

 Chaveirinhos
Carapide- transporte comum no Senegal

Boas compras!
Qualquer dúvida pode ser esclarecida por comentário;
e-mail: sabrinadummer@hotmail.com

segunda-feira, 25 de abril de 2011

"...na Sua hora certa"

“Há um tempo certo para cada coisa: tempo para nascer, tempo para morrer; tempo para plantar, tempo para colher; tempo para matar e tempo para curar; tempo para destruir e tempo para construir de novo; tempo para chorar, tempo para rir; tempo para ficar triste, tempo para pular de alegria; tempo para espalhar pedras, tempo para ajuntar pedras; tempo para abraçar, tempo para não abraçar; tempo para procurar, tempo para perder; tempo pra guardar, tempo pra jogar fora; tempo pra rasgar, tempo para costurar; tempo para ficar quieto, tempo para falar; tempo para amar, tempo para odiar; tempo para guerra, tempo para ficar em paz; (...) Todas as coisas têm seu valor quando são feitas na sua hora certa.” Eclesiastes 3.1-8,11.
Creio que cada um de nós tem exemplos e situações pessoais para continuar essa narrativa, não é verdade? Vezes em que muito esperamos, outras em que o “tempo” chegou como que de surpresa, momentos em que o tempo em que programamos as coisas não passa na mesma velocidade em que o tempo real, estipulado por Deus...enfim, o importante é podermos concluir todas essas etapas com a certeza de que “todas as coisas têm seu valor quando são feitas na sua hora certa”.
No meu caso, houve o tempo de me preparar para vir para o Senegal, o tempo de realizar a viagem, o tempo de conhecer a cultura, a língua, os projetos e me envolver com o trabalho. O tempo de fazer, o tempo de esperar. O tempo de chorar, o tempo de me regozijar. O tempo de adoecer, o tempo de curar. O tempo de orar, o tempo de ouvir. O tempo de confiar em Deus, confiar em Deus e continuar confiando. De depender de Deus, depender Dele e seguir dependendo. O tempo de escrever a cada um de vocês, o tempo de receber conforto ao ler todos os e-mails e recados que me enviaram (...) e agora, é chegado o tempo de deixar este país, e retornar ao Brasil.
Como vocês estavam cientes, eu ficaria no Senegal até setembro deste ano, mas por alguns motivos pessoais e crendo, sobretudo, que esta é a vontade de Deus, retornarei ao Brasil no início de maio. Diante de um mix de sentimentos (pois ao mesmo que tempo sinto aquela paz vinda do alto, sinto também meu coraçãozinho apertar ao ter que me despedir de um povo que eu aprendi a amar tão intensamente), repito: “todas as coisas têm seu valor quando são feitas na sua hora certa”.
 “O vento sopra onde quer. Você o escuta, mas não pode dizer de onde vem nem para onde vai. Assim acontece com todos os nascidos do espírito.” João 3.8

Com amor,
Sabrina Dummer

P.s: Chego direto na JUMIB, em Campinas e de lá organizarei as viagens e visitas a cada um de vocês, que estiveram comigo durante este tempo tão especial. Assim, poderemos mutuamente compartilhar as bênçãos, testemunhos, fotos e vídeos.

sexta-feira, 4 de março de 2011

A "terra prometida"

Aiii, é tão gostoso poder dar boas notícias a vocês!
E essa, ao mesmo tempo que é "uma benção" é também um desafio!
Mas, chega de explicações e vamos ao que interessa...


Vocês lembram deste lugar?
Logo que cheguei aqui, em janeiro, estive visitando o nosso trabalho em um village próximo ao Lago Rosa. Para (re)ler esta experiência, clique aqui.
O local é bem distante da cidade, fica em uma região deserta (sem energia, água encanada...). Lá, Juliesbertina- uma senegalesa que, junto a nós, tem dedicado sua vida em favor do seu povo- mora e desenvolve um trabalho com mulheres e crianças. Diariamente ela alfabetiza cerca de 38 crianças em uma salinha minúscula (esse número só não é maior pela falta de espaço, e o sol muito forte impede-a de dar aulas ao ar livre), prepara o lanchinho...além disso desenvolve um trabalho semanal de recreação, histórias e musiquinhas com cerca de 180 crianças (também com lanchinho).
Porque eu estou contando isso? Porque os sonhos e projetos da nossa equipe não terminam por aí!
Queremos construir um local maior para a sala de aula; Desenvolver um trabalho ambulatório e de nutrição para a população do village; Fazer uma horta, galinheiro e outras fontes de alimento e recursos, dentre outros projetos...Esse sonho existe há muito no coração de cada membro da nossa missão, viemos orando há um bom tempo.
E, como nosso Deus é MA.RA.VI.LHO.SO, recebemos essa semana- do chefe do village- um terreno para realizarmos nosso trabalho!!!
O espaço é pequeno para tudo o que queremos, mas já é o começo de tudo o que Deus tem pra fazer!
Recebemos a terra o terreno prometido!!! Agora, mãos a obra!!!
Começaremos imediatamente as construções provisórias, enquanto oramos por mais um pouco de terra, obreiros e recursos financeiros.
Não é animador?! Estou ansiosa por colocar a mão na massa!

Obs. A foto acima não foi escolhida por acaso. Ela foi tirada em outubro do ano passado, em um momento de oração em uma duna de areia onde podíamos enxergar quase todo o vilarejo. Estávamos orando justamente pelo projeto e pela benção que, agora, recebemos!

Com amor (e alegria),

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

E somos isso!

Gente,
Há algumas semanas atrás teve um culto ma-ra-vi-lho-so na reunião anual da missão Betânia no Brasil. Nós, aqui do outro lado do oceano, pudemos assistir uma parte e também falar um pouquinho a cerca de nós mesmos e do trabalho que desempenhamos.
Nem preciso expor minha alegria e emoção né?!
Ver cada um dos rostinhos que eu morro de saudades.
Mas, uma coisa sobretudo ficou marcada: a pureza e a verdade, expressas no discurso do Saulo e da Neiva.
Eles são missionários da Jumib no Paraguai e, para mim, são o máximo. Amo demais esses dois, em tudo.
Em um simples "discurso" eles conseguiram expressar tanto do que eu sinto aqui...escolhi algumas partes para colar aqui pra vocês. Vale a pena conferir!
(na foto, os dois...lindos!)


"Estamos  cercados de trabalho missionário, aprendendo que os projetos de igreja, escolas, rádios, hospitais  e toda estrutura física serve para nada menos do que de fachada para a construção de um reino transparente, muito maior, e muito mais importante. Reino que não se importa com o ter, e nem com o fazer, mas existe em nós quando somos.
E somos isso choramos e rimos, o campo é a mistura de lagrimas e canto, sorrisos e prantos.  No coração missionário chorar com os que choram, e ri é um presente. As estruturas estão ai, como a ponta de um iceberg, para que o missionário apresente fisicamente o seu trabalho, e para dar sentido quando tudo perde o rumo dentro dele.  
Missionário QUE É missionário, nem sabe o que faz. Dificilmente compreende o que tem, quanto tem, se é que tem… Para o campo vai, mas vai pensando : Porque não fico na minha terra , entre os meus, que também precisam tanto? Mas ele vai!! Por obediência vai!!"
"...o troféu que se acha na cura da família sem pai, na transformação da menina abusada, nas roupas, sapatos, comidas e copos de água entregues aos famintos."
"Rir é o nosso melhor, e somente chorar fazemos melhor ainda. Nessas horas não temos tempo para pegar a máquina fotográfica, nem animo para filmar, não queremos e nem podemos interromper esse momento.  O intocável momento do qual só a memória tem permissão de registrar. Situações que dificilmente em um culto, em uma igreja iremos compartilhar, pois só entendem aqueles que foram."