Pesquisar este blog

sábado, 14 de maio de 2011

De mãos dadas



Os últimos dias estão entre os mais difíceis em que já atravessei na minha- ainda que pequena- caminhada. Não tem nada a ver com as comuns dificuldades transculturais, divergências entre equipe, necessidade de outro idioma, doenças, enfim... a dor agora se encontra na alma.
Arrumar as malas, me despedir de um povo que tão rapidamente eu amei com tanta intensidade, deixar para trás os sonhos construídos através de pequenas experiências ou de desejos baseados em grandes necessidades, foram coisas realmente difíceis de serem feitas. Agrava-se ainda, por não ter claro o motivo de tudo isso. Apenas a obediência, mesmo sem entender.
O coração sente-se apertado, talvez por desejar ardentemente expandir-se e ir em frente, mas deparar-se com barreiras em seu caminho. Talvez por sentir-se fracassado. Ou, quem sabe, seja mais uma vez a saudade. Saudade do que viveu, saudade dos sonhos que gostaria de ter vivido.
O bom desses momentos de “crise” é que nos fazem pensar e/ou repensar muita coisa. E foi o que eu acabei fazendo! Meditei- durante o vôo de retorno- em tudo aquilo em que fui, não fui, fiz e deixei de fazer. Desde o meu tempo de preparação no Brasil, e todo o período em que estive no Senegal. Entendi que quando unidos a Ele, não existem feitos sem importância, o tempo nunca é “perdido” e as mudanças não são sinal de fraqueza. Não existem ações vãs, orações não ouvidas ou falta de amor. O eterno vê e age com perspectivas eternas, é isso.
Em meio às lembranças, lágrimas e risos, uma sincera oração: “Obrigada, Pai, pela Sua presença constante. Por caminhares comigo e, enquanto isso, me fazeres crescer. E esse é o meu maior desejo: não soltar a Sua mão. Ir e voltar de onde e para onde o Senhor me conduzir. Como criança, como filha.”